Animais, de Séchu Sende: o conflito entre a natureza e um progresso mal entendido
Para o autor, envolvido em diferentes movimentos sociais, «a literatura nom pode mudar o mundo, mas pode ajudar»
Segunda, 09 Agosto 2010 00:00

Sende debuxou até os 16 anos, arte que voltou cultivar há três anos
PGL - Umha das mais recentes novidades da ATRAVÉS | EDITORA é Animais, de Séchu Sende. Nesta obra, o autor do sucedido Made in Galiza explora umha outra faceta sua, a de ilustrador, num trabalho que nasce das ligaçons do escritor com os movimentos sociais.
O meio natural. A língua. A ánsia de justiça, liberdade, independência. Galiza. O poder da palavra. E um chamamento à açom coletiva, além da resistência. Som os alicerces de Animais, umha obra que se poderia definir como um álbume ilustrado. Um poemário. Umha coletánea de relatos. Com versos como estes:
Se fabricamos cuitelos em cadeia, por que nom Liberdade?
É o seguinte passo na evoluçom da espécie.
E conseguiremo-lo mirando-nos aos olhos.
Emoçom. Intensidade. Denúncia da destruiçom da natureza. Humor, também. Celebraçom, da vida, do entorno. Certa magia.
Conta Sende que ele debuxava desde pequeno, até que aos 16 anos ganhou um prémio de poesia e se decantou pola escrita, até que há três anos a sua companheira o agasalhou com um jogo de aquarelas, e começou de novo a debuxar. Em Animais, as ilustraçons tenhem vida própria. Segundo ele explica, neste trabalho «nom há na maioria dos casos umha correspondência entre textos e ilustraçons, mais do que no fundo: o conflito entre a natureza e um progresso mal entendido».
O álbume nasce, como Made in Galiza e Orixe, das conexons de Sende com os movimentos sociais (Burla Negra, Nunca Máis ou Galiza non se Vende), assim como do descobrimento do humor social «como ferramenta para implicar os leitores no conflito, procurar que tomem parte». Nas suas próprias palavras, «a literatura nom pode mudar o mundo, mas pode ajudar».
Ademais, neste Animais, Séchu Sende adere plenamente à proposta reintegracionista. O galardoado escritor confessa que outras editoras lhe fechárom as portas ao projeto, precisamente, pola questom ortográfica. Na sua opiniom, «o processo de normalizaçom nom se pode levar adiante se o reintegracionismo é excluído».
'Galiza is not Australia', umha das eloqüentes ilustraçons desta obra
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