A Gentalha do Pichel organiza várias actividades para crianças para celebrar a chegada de Apalpador. O dia 22 às 18h00 em colaboraçom com a associaçom galega de maes e pais Agarimar cozinharám um bolo para o receberem e no dia a seguir, no 23, antes da chegada (prevista para as 18h00 na Gentalha) poderám participar num obradoiro de brinquedos com materiais reutilizados às 16h30 . Já para @s nom tam pequech@s, às 22h00 sorteará-se um cabaz de Natal após a actuaçom de Carlos Meixide e Tomás Lijó no papel de “ Rui e Nuno. O duo mais oportuno”. Também estes dous dias estarám disponíveis para a venda dúzias de produtos de diferentes colectivos (livros, cds, roupa...) que poderam ser prendas de Apalpador. Deste modo podem adquirir-se óptimos presentes e ajudar a manter vivos muitos projectos galegos sem necessidade de passar por um centro comercial.

A Gentalha do Pichel é umha associaçom cultural que desde há seis anos tem dinamizado a vida social e cultural da cidade compostelana oferecendo e reivindicando um lazer alternativo e em galego. Entre os seus objectivos está a valorizaçom e conhecimento da nossa cultura tradicional e actual e a recuperaçom da memória histórica roubada ou intencionadamente esquecida.

Neste sentido há já quatro anos que A Gentalha descobriu o Aplapador, Apalpabarrigas ou Pandigueiro por meio de José André Lopez Gonçales (autor do primeiro estudo publicado sobre a existência desta figura do folclore popular galego) e recuperou e difundiu esta figura junto com muitas outras associaçons culturais de base : um gigante com ofício de carvoeiro, que, no Natal, baixava das devesas onde morava para as aldeias, com a intençom de apalpar as barrigas das crianças para comprovar se estavam bem mantidas. O Apalpador vigiava que vivessem com fartura, desejava-lhes que no vindouro ano continuassem a nom passar fame, e deixava-lhes umha presa de castanhas quentes como presente e lembrança da sua visita.

Parece que este rito fai parte de tantos outros ligados a celebraçons pagás do Solstício de inverno, que se mantivo apesar da pressom da igreja católica, sempre interessada em cristianizar todas aquelas celebraçons precristás. Neste caso, por baixo do Pai Natal, o negócio da Coca-Cola e do Corte Inglés; mesmo por baixo dos Reis Magos e o nascimento de Cristo, na Galiza mantivérom-se pegadas de antigas tradiçons que é preciso recuperar.

De facto, dentro dessa recuperaçom está o objectivo de conhecer o mito, saber exactamente em que zonas se conserva e como foi variando. Por isso, a Comissom de Memória Histórica da Gentalha organizou no fim de semana passada vários grupos de pessoas que figerom diferentes rutas ás montanhas de Ourense, Lugo e o Berço para recolher os testemunhos das pessoas que ainda lembravam ao Apalpador. A excursom foi um sucesso quanto aos dados achegados e a descoberta das múltiples variantes, mesmo umha versom em que aparece a figura feminina a Apalpadoira.